Os alunos de escolas com altas taxas de participação na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) têm obtido melhores resultados no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), segundo pesquisa conduzida pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede). O estudo, divulgado nesta segunda-feira (27), revela que essas escolas também registram maiores taxas de aprovação de seus alunos e menores distorções na equivalência entre idade e série.
Escolas com pelo menos 65% de participação na segunda fase da Obmep mostram que o aprendizado em matemática beneficia toda a turma, não apenas os alunos que se destacam. Ernesto Faria, diretor executivo do Iede, destaca que a Olimpíada tem um impacto maior quando gera mobilização na escola. Em contrapartida, escolas com alunos premiados, mas baixa participação, apresentam maior desigualdade nas notas do Enem.
A média da nota de matemática no Enem para escolas com alunos medalhistas na Obmep é de 516,1, comparada a 488,5 para aquelas que não participaram ou não foram premiadas. Além disso, essas escolas também se destacam no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com médias de 270,3 pontos para o ensino fundamental e 288,8 para o ensino médio, superiores às médias das escolas não participantes.
A pesquisa indica que a Obmep, criada em 2005 e organizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), é uma importante política pública para promover o ensino de matemática. Em 2023, a Obmep alcançou recordes de participação, com 99,9% dos municípios brasileiros inscritos. O envolvimento na Obmep também facilita o acesso ao ensino superior, com mais estudantes atingindo médias compatíveis com as exigências de faculdades.
Por fim, a pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas que incluam melhorias estruturais e formação continuada de professores, além de ações específicas para garantir a qualidade do ensino de matemática nas escolas. Experiências de sucesso no Brasil e no exterior podem servir de exemplo para outras instituições.
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