A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), deu início nesta segunda-feira (17) ao “Ajuri de Saberes 2025”, evento voltado para o aprimoramento do ensino da língua materna indígena. A iniciativa reúne 23 educadores do Espaço de Estudo da Língua Materna e Cultura Tradicional Indígena (EELMCTI) na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), localizada no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul da cidade. As atividades seguem até esta terça-feira (18).
A programação inclui capacitações teóricas e práticas para os educadores, com foco na transmissão e preservação dos conhecimentos tradicionais indígenas, especialmente no ensino da língua materna.
Novos projetos para a educação indígena
Segundo Eraldo Menezes, assessor pedagógico da Gerência de Educação Indígena (GEEI), dois projetos estratégicos serão implementados a partir do ano letivo de 2025 para fortalecer o ensino nas comunidades indígenas.
“O primeiro projeto busca desenvolver planos educacionais que tornem o ensino mais contextualizado e culturalmente relevante nos Espaços de Estudo da Língua Materna e Cultura Tradicional Indígena. O segundo visa a criação de materiais didáticos específicos, servindo como ferramentas para integrar os saberes tradicionais indígenas ao processo educacional”, explicou Menezes.
No primeiro dia do evento, foram realizadas dinâmicas em grupo, discussões sobre educação escolar indígena e esclarecimentos administrativos. Já nesta terça-feira (18), os participantes terão oficinas práticas com instrumentos pedagógicos, aulas demonstrativas e vivências com estudantes indígenas, encerrando com uma avaliação final.
Preservação das línguas indígenas
Atualmente, a rede municipal de ensino conta com 22 espaços dedicados ao ensino de alunos de oito etnias indígenas, que falam sete línguas diferentes: sateré-mawé, karapana, kambeba, kokama, apurinã, baré, tukano e tikuna. Como parte das atividades deste ano, os educadores visitarão comunidades para valorizar a oralidade, cultura, hábitos e costumes de cada povo, utilizando instrumentos pedagógicos específicos para fortalecer o ensino da língua materna.
Para a professora Jeane Menandes, nome indígena Kisipa Apurinã, que está iniciando sua trajetória na educação indígena em 2025, o acompanhamento da Semed tem sido essencial.
“O ano letivo de 2025 é o meu primeiro ano como professora na educação indígena, e sinto que estou preparada para essa nova etapa. A atenção e o assessoramento pedagógico da Semed têm sido fundamentais para me deixar segura e confiante. Cada detalhe e o apoio recebido me ajudam a compreender melhor nosso papel e a direcionar o ensino com mais clareza”, destacou Kisipa.